sexta-feira, 16 de julho de 2010

tempo.


Não consigo acreditar mais na beleza, James. A borboleta que eu coloquei no bolso ontem, hoje não está mais aqui. A Primavera que estava revestida de flores na semana passada, hoje está nua. O vestido preto de lantejoulas que você me deu no outro verão,não entra mais. Os meus cachos não são mais os mesmos, nem a cor de bronze que você tanto amava. Agora aquele cabelo que você gostava tanto de acariciar está prata. É... achei os fios brancos. Hoje, quando eu acordei e precisei pegar os óculos, fui entender porque de uns tempos para cá você não falou mais sobre meus olhos esmeralda. Eles andam escondidos, é verdade. E de uns tempos para lá você pegava na minha mão lisa, macia e sem manchas, de uns tempos para lá. Me desculpa, James, eu só queria continuar sendo a mesma de cinquenta anos atrás, assim como você, assim como o que eu sinto por você, assim como o tapete da porta "aqui tem gente feliz" sempre fez sentido para mim.

2 comentários:

Anônimo disse...

ai, Babi! to amando isso!
que poeta você, ein?
lindo lindo lindo!

e estou ansiosíssima por mais! ahsuihasu

beijo no ombro, querida

Caio Coletti disse...

Que linda a sua reflexão sobre o tempo! É um tema que eu gosto muito de explorar, é uma daquelas coisas na nossa vida que não podemos fugir, que vemos passar e não podemos fazer nada sobre isso. Mostra que não sabemos de tudo, nem de longe. Há muito mais entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia, não?

Beijos Babi! :D