quarta-feira, 21 de julho de 2010

Criança é borboleta !

Nunca fui muito fã de crianças, mas elas sempre me chamaram a atenção. Hoje vejo meu sobrinho de quatro anos e me dou conta de que todos nós, independente de idade, raça, cor ou número do soutien precisamos ser borboletas.
Meu sobrinho, a criança, não é nem a lagarta. Vejo a borboleta nele. Aquela que já foi transformada, que acabou de sair do casulo e quer voar alto, muito alto e ver coisas muito maiores que ele para sentar com perna de indio e falar "ual".
A criança quer pegar o mundo com a mão. Não, não. O mundo é pouco. A criança quer ir além. A criança quer ser um astronauta. Crianças experimentam o mundo e aprendem com ele através do tato, do olfato, da visão e audição, às vezes até esquecem do paladar e criam o amor. O sexto sentido.
O Fhilipe ( é, o sobrinho), ama ficar descalço, sujo, rolando na grama, pegando tatu bola no chão (o último chamava-se "Bagubam"), se jogando de lugares altos achando que é o homem aranha (ainda acho que é uma borboleta), ama riscar as paredes do quarto, ama falar que ama o bolo "mimo da vovó". A criança ama a vida. Você briga com a criança, ela chora e não demora muito para vir te lembrar que já esqueceu de tudo e que depende de você para amar a vida denovo. Essa é a borboleta, completamente livre, leve e solta.
Então, a gente pára e vê os adultos insensíveis, casca seca de árvore que vamos nos tornando. Parece que alguém pegou a borboleta, guardou no bolso e ela secou. Parece que a borboleta parou de procurar flores e foi atrás de espinhos e se cortou toda. É assim com o tempo. Os espinhos influenciam mais que as flores e os machucados não duram cinco minutos porque você não depende mais de ninguém. Ou seja, a gente retrocede, vira a lagarta que se arrasteja e só vê o pior na frente dela, que tem que subir em uma árvore para ver as coisas de cima, que não está muito a fim de voar , muito menos de sentir.
Deve ser por isso que por muitas vezes a gente se sufoca, se sente num casulo, estreito e desconfortável, com uma só saída: o tempo. Quando o tempo vem, nos libertamos e voamos. Mas o voo dura pouco, não é? Você logo cai e vê que o ditado era certo " quanto maior a altura, maior a queda".
Adultos! O que é isso? Parem de procurar " Bagubans" em celulares, notebooks e extratos bancários. Deixem a pipoca da vida estourar de novo e rolem no chão procurando por tatus. No final de tudo mesmo, a gente vê que a vida é uma grande brincadeira de esconde-esconde, onde você tem que procurar algum segredo nos ouvidos de quem já escutou.

Por Bárbara Leão.

3 comentários:

Marvin Cross disse...

Babi, que legal, que gostoso esse texto. Adoro textos focados na melhor fase da vida.
Vc escreve benzão...
Aliás, que coincidência visitar teu blog e ler este texto justamente após eu postar uma crônica de semelhante tema: a docilidade da infância. Deus abençoe essas criaturinhas!

Francisco de Sousa Vieira Filho disse...

Espiando e seguindo os dois espaços, Babi, um mais belo que o outro... ;)

Beijão, menina! :D

Anônimo disse...

Adorei!!!este texto me faz refletir e chegar a conclusão que estamos num mundo,onde a preocupação com o amanhã,não nos deixa viver o presente,dar valor as pequenas coisas.
Não temos tempo pra viver o presente...afinal seremos felizes amanhã,quando conseguirmos resolver este ou aquele problema.
Aí o amanhã chega,e outros problemas virão e quando então, seremos felizes ?
Resposta:Descansa no Senhor e ELE tudo fará...
Bjs