terça-feira, 19 de abril de 2011

Como se fosse o último.




Um dia eu vou conseguir (eu sei que vou), colocar em prática tudo que aprendo com essa vida, não digo tudo, mas pelo menos o essencial para se viver bem, não cair em arrependimento e agradar a quem eu quero. Essa será minha felicidade.


Abraçarei como se cada um fosse único, subirei uma escada como se fosse a certa que me levará ao único desígnio, atravessarei a rua como se tivesse certeza, ouvirei uma canção como se fosse sólida e estivesse em minha frente embaralhando milhoes de cenas que confundem minhas pupilas e dilatam meu coração, sentarei para descansar como se fosse somente preciso e levantarei logo para não me acomodar, dançarei e gargalharei como se ouvisse as primeiras palavras de alguém querido e flutuarei em uma filosofia como se fosse um pássaro e só depois excluiria o que não convém e abraçaria só o que me faz bem. E se tiver que tropeçar, tropeçarei no céu. Se tiver que aclamar, aclamarei a Deus. Se tiver que naufragar que seja nas águas da Vida. Mas, acima de tudo, amarei como se fosse a última vez.


Escrevo esse texto como se fosse o último. Tenho muito ainda que aprender e exercitar minhas atitudes, porque como alguém já disse: palavras o vento leva, mas continuam com a força da tempestade.


Por Bárbara Leão, Postado no Tumblr.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Preparação



Ás vezes me pergunto se isso é normal: não saber em que vagão do trem estou, fechar e abrir os olhos, como um cego recupera a visão, e enxergar tudo tão nítido à ponto de me sentir perdida. Me questionam por que escrevo essas palavras, por que sou tão sensível à alguns fatos e à outros não dou tanta importância. Mas hoje eu vi o porquê.

A cada dia que passa vejo a vida de um jeito diferente. Ela é sempre a mesma, sempre com o mesmo sentido, sempre no mesmo ritmo, porém, nunca monótoma. Em meus dias vejo sorrisos diferentes, as cores mudam, as palavras mudam, as percepções não permancem iguais, as salvações e os perdões veem quando eu menos espero e quando eu vejo estou escrevendo sobre a vida, por mais difícil que ás vezes tudo isso seja.

Não vale a pena (pelo menos a minha) ficar aqui tentando escrever que tipo de falta que sinto, se não sinto nenhuma. Tenho tudo que preciso, é questão de perceber. E assim, na maior das minhas percepções, registro aqui que para viver é preciso preparação.


Por Bárbara Leão, postado no Tumblr.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Círculo Vicioso


O momento em que nada faz sentido. A hora em que tudo parece estar errado até mesmo uma parte minha. Quando estoura uma bomba bem no clímax de uma conversa normal. Não era para ter acontecido nada, não era para ter gritado, não era para ter terminado assim. O pavio tinha outro fim esperado. E o final querido agora é outro, bem dramático mesmo, mas a coragem ainda não despertou, dorme profundamente, está só esperando a consciência voltar com as informações perdidas. Mas por que agora?


Resta-me pensar no amanhã. Amanhã será como Salomão narrou: o sol irá levantar e depois se por, os ventos continuaram com seus circuitos e os rios correram para os mares e eles não se encherão. Todas as coisas serão iguais, tudo nascerá de novo. Amanhã eu vou sorrir, eu sei! Amanhã a salvação do meu dia virá do lugar inesperado. Amanhã eu serei diferente, porque entendi que o meu consolo vem de dentro da minha consciência e do meu coração e não há ninguém que possa me entender, só quem me conhece tão bem e que eu não precise nem falar, somente quem mora e fala no fundo da minha alma.


E agora? Agora eu aprendi.

Por Bárbara Leão, postado no Tumblr.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Detalhes



As coisas miúdas, as cores, os sentimentos, os gestos, algumas palavrinhas deslocadas, alguns suspiros suspensos no ar, os olhares discretos, os olhares tímidos, os olhares assanhados, os olhares curiosos, as perguntas retóricas, as defesas, os ataques, as manias, os jeitos de andar, os tons de voz, os tempos...Sim, há tempos que procuro nas coisas grandiosas o mesmo talento das pequenas. Gosto de quem se faz grande sem querer, simplesmente porque valoriza o detalhe de cada momento.


Procurei algum detalhe, alguma poeira cósmica se quer que pudesse me fazer grande. Mas só encontrei a minha imagem lavando o rosto, mordendo o lápis, procurando alguma forma de me explicar ou de me encontrar, como se o ato de escrever fosse amenizar alguma dor ou resgatar alguma data feliz do calendário para eu sorrir. E felizmente é assim. Obrigada palavras. Mais do que palavras: obrigada ideias. Mais do que ideias: Obrigada Deus, que me ensinou o jeito mais fácil de estourar a pipoca das ideias na cabeça e me deliciar com a vida, ao invés de franzir o cenho e ficar aqui sentada nessa cadeira esperando o bendito tempo passar.


É assim que eu quero ser. Alguém que não sabe se é grande ou pequeno, ou melhor, alguém que não sabe o que é melhor ser. Porque pelo menos assim tento. Enquanto isso vou me deliciando ao escrever o que desconheço, porque esse é o desafio de tudo que vivemos: tear cada batida do coração junto ao tic tac do relógio e descobrir e redescobrir todos os dias. Buscando cada detalhe, não encontro quem realmente sou, mas o que finalmente posso ser.


Por Bárbara Leão, postado no Tumblr.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sobre o meu eu



Ás vezes me sinto mal por não conseguir controlar algumas situações, por não ter palavras maduras o suficiente para dar um conselho, um consolo, uma bronca carinhosa, ou não ter atitudes suficientes para dar um abraço, um gesto que mostre quem eu sou e como estou lidando com tal fato. Então as frases saem livres e soltas, desajeitadas e improvisadas. E talvez isso mostre quem eu sou: um ser humano totalmente confuso e honesto comigo mesmo.


Pensando bem, mudaria muita coisa. Mudaria porque aprendi. Mudaria porque poderia querer mais. Mudaria porque poderia ser um ser humano totalmente diferente e agradável. Mudaria porque o resultado iria além do que eu esperava. Gostaria de mudar os lugares que andei, as conversas que entrei e as pessoas que me deixei levar. Entretanto, penso novamente: quem seria eu?


Não escrevo minhas opiniões conclusivas sobre as minhas mudanças pessoas. Porque seres humanos mudam a toda hora. No momento erro, aprendo, me arrependo, mudo e sou eu. No momento não persisto no erro, reflito no amadurecimento e vejo mudança em mim e ao meu redor. No momento não me escondo atrás de coisas ou pessoas, não julgo os invernos dos outros e libero meus sentimentos para quem quiser ver. No momento sou livre, tenho o que preciso e não precisei me acabar para conseguir. Simplesmente tive, tenho e terei que ser eu. O eu que erra, aprende e acerta. O eu que ama e no final, torna-se satisfeito.


Por Bárbara Leão, postado no Tumblr.